Nesta segunda-feira, 13 de setembro, o Brasil celebra o ‘Dia Nacional da Cachaça’. Com o objetivo de homenagear a típica bebida brasileira, o Grupo Dedé desenvolveu um destilado que leva o sabor da Amazônia, a Jambucana, produto criado com jambu. Conheça a bebida lançada pela empresa amazonense que promete conquistar o mercado internacional em breve.
O Grupo Dedé oferece várias opções de cachaças criadas pelo chef André Parente, mais conhecido como ‘Dedé’. Diante da admiração pela bebida e com o propósito de deixar uma marca registrada com os ingredientes da Amazônia, o chef lançou a Jambucana, em 2015.
Dedé também lançou outros rótulos de diferentes sabores que têm conquistado o paladar do público no cenário nacional e internacional.
Jambucana, a cachaça de jambu
De acordo com Rogério Perdiz, sócio proprietário da Cachaçaria do Dedé e diretor administrativo do grupo, o projeto de desenvolvimento da bebida começou a ser vislumbrado em 2014. A intenção era criar um produto que unisse a Amazônia e Minas Gerais, estado reconhecido pela diversidade das cachaças artesanais e de qualidade.
“Sempre tivemos rótulos de diversas regiões do Brasil, sendo os grandes polos produtores Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Nordeste. Com isso veio a inquietação de termos um produto com algum ingrediente amazônico. Começamos a pensar em vários ingredientes e uma das ideias foi utilizar o jambu, uma erva amazônica, muito utilizada na culinária”, explica.
Foram dois anos de pesquisa para o desenvolvimento da bebida. A ideia era dar um toque amazônico à típica cachaça brasileira.
“A partir do momento em que determinamos que seria utilizado o jambu, não era simplesmente misturar. Foram feitas mais de 30 simulações. Dedé começou a desenvolver as composições e um master bland, de Minas Gerais, fazia as análises técnicas, até chegar à fórmula”, conta Perdiz.
O jambu se tornou matéria-prima utilizada na produção de bebida alcoólica. O processo de fabricação aproveita toda a planta: raiz, talos e folhas.
Bebida mista, a cachaça traz, em sua composição, a essência de jambu, melado de cana, extrato de canela, cravo, gengibre, ácido cítrico e cachaça do Dedé Prata.
Como a Jambucana começou a ter um maior volume de produção, começou a ficar inviável enviar o jambu in natura até o produtor, que fica em Minas Gerais. Ao procurar alternativas, os desenvolvedores encontraram um pesquisador em Belém que desidrata a erva, produzindo um jambu pulverizado, o que facilitou o processo e o transporte.
Segundo Perdiz, a bebida não pode ser chamada de cachaça no rótulo, devido a legislação sobre o destilado que só permite a classificação se tiver o uso exclusivo da cana. Mas, ela é tratada como tal num mercado com mais de 3 mil rótulos de cachaça.
O produto possui o selo do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), que garante a sua exportação.
Também tem o selo da Associação dos Produtores Artesanais de Cachaça de Salinas (Apacs), que assegura a sua qualidade e originalidade de um produto artesanal.
Por dois anos consecutivos, a Cachaçaria do Dedé registrou um crescimento na venda na ordem de 23% do produto. “Isso indica que há uma aceitação do público. Estamos posicionando o produto de valor agregado, diferenciado, exclusivo, sofisticado, para uma saborização consciente, sem excessos, o que torna agradável a degustação da Jambucana”, comemora Perdiz.

Combinações sugeridas
O Dedé Parente sugere que o apreciador tome a bebida gelada. A dica é consumir o produto com petiscos salgados.
O chef indica a Costelinha do Dedé, o Joelho de porco e a Paçoca, que harmonizam com a bebida. A combinação terá a suavidade e o aveludado da cachaça contrastando com o sabor mais salgado.
“A Jambucana deve ser tomada como se fosse uma degustação, onde é recomendado apreciar a bebida. É um degustar lento para que possa sentir todos os aromas, as sensações, notas das essências. O ideal é tomá-la bem gelada, num copo adequado que favoreça os aromas”, recomenda Dedé.

Onde apreciar
Em Manaus, as bebidas do Grupo Dedé podem ser encontradas nas vitrines das unidades do Parque 10, shoppings Manauara, Amazonas e Ponta Negra. Nesses locais, os clientes têm a oportunidade de conhecer e saborear diversos rótulos, em especial a Jambucana.

Internacionalização
No Brasil, a Jambucana está presente em 17 estados e a ideia de exportação surgiu há três anos. O processo para a venda no exterior é demorado e conta com várias etapas, como o estudo de mercado e as estratégias de venda, além da parte legal de registrar a marca em outro país, nos órgãos de controle e entender os canais de distribuição.
Segundo o Grupo Dedé, todas essas fases já foram superadas e a expectativa é que a primeira carga chegue aos Estados Unidos em até três meses.
“A Amazônia é uma marca que sozinha vende e no exterior ela é muito desejada. As pessoas querem ter produtos, elementos e experiências que envolvam a Amazônia. Então, com o crescimento e o reposicionamento da cachaça no mercado brasileiro e mundial, haveria espaço para a Jambucana conquistar esse espaço”, projeta o grupo.
Segundo Rogério Perdiz, o público estrangeiro que já teve a oportunidade de experimentar a bebida no restaurante recebeu o produto de forma positiva. Muitas dessas pessoas compram e levam a cachaça para os seus países de origem.
“Já recebemos vídeos e posts nas redes da Jambucana sendo consumida na Alemanha, Inglaterra, Portugal, Estados Unidos e outros países. É uma bebida que tem nicho de mercado”, conclui o diretor administrativo.

Conheça o jambu
O jambu é uma erva típica da Região Norte do Brasil, especificamente dos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia. Facilmente encontrado em feiras e mercados locais, o produto é vendido em maços.
O item é muito utilizado na culinária regional, sendo ingrediente fundamental na preparação de pratos típicos como o tacacá e o pato no tucupi.
O diferencial desta erva não é especificamente o sabor, mas a sensação de dormência e formigamento que causa nos lábios, língua e céu da boca, o que proporciona uma experiência gastronômica exótica.
História
No período colonial, a cachaça era símbolo de resistência contra a dominação portuguesa no Brasil.
A legalização da bebida só foi possível após uma revolta popular contra as imposições da Coroa portuguesa, conhecida como ‘Revolta da Cachaça’, ocorrida no Rio de Janeiro.
A data que celebra o Dia Nacional da Cachaça foi aprovada em outubro de 2010 pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados como resultado de Projeto de Lei (PL) do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC).
